STF retoma julgamento da trama golpista sem presença de Bolsonaro
Ex-presidente segue afastado por problemas de saúde
O segundo dia do julgamento da chamada “trama golpista” no Supremo Tribunal Federal (STF) acontecerá nesta quarta-feira (4) sem a presença de Jair Bolsonaro (PL). Assim como no dia anterior, a defesa informou que o ex-presidente permanece debilitado, enfrentando episódios de vômitos e soluços. O quadro clínico reacende o debate sobre o impacto da saúde do ex-chefe do Executivo em meio a um processo de grande relevância política e jurídica.
Defesa aponta esofagite e gastrite como causas
Segundo o advogado Celso Vilardi, os sintomas estariam relacionados a problemas recorrentes de esofagite e gastrite, condições que já afetaram a rotina de Bolsonaro em outras ocasiões. “Ele não está bem”, declarou o defensor, destacando que a participação presencial seria inviável. Apesar disso, a defesa chegou a cogitar a presença do ex-presidente no plenário, movimento que seria interpretado como demonstração de força e respeito institucional.
Expectativa frustrada aumenta a repercussão
O julgamento desta quarta-feira marca um dos pontos centrais do processo, com a manifestação das defesas de quatro réus, incluindo a de Bolsonaro. A ausência, embora justificada, gera questionamentos: estaria o ex-presidente realmente impossibilitado ou optou por evitar a exposição diante de ministros que julgam um dos casos mais delicados de sua carreira? A dúvida ecoa em Brasília e divide a opinião pública.
Analistas veem estratégia no afastamento
Especialistas em política destacam que a ausência pode ter um caráter estratégico. Evitar o confronto direto com o STF poupa Bolsonaro de desgastes adicionais. Ao mesmo tempo, a condição de saúde fragilizada pode despertar empatia entre apoiadores, que interpretam o afastamento como sinal de perseguição em um momento de vulnerabilidade. Vilardi reforçou que não se trata de manobra, mas sim de necessidade clínica.
Impacto na imagem política de Bolsonaro
Para críticos, a ausência do principal réu enfraquece a percepção de enfrentamento direto ao tribunal e evidencia um momento de fragilidade. Já para aliados, trata-se de uma resposta natural a pressões excessivas. De qualquer forma, a ausência tende a influenciar a construção da narrativa política em torno do julgamento, que segue sendo acompanhado de perto pela sociedade.
Sessão desta quarta deve manter clima de tensão
Independentemente das leituras políticas, o STF conduz um julgamento que pode impactar de forma duradoura o cenário institucional brasileiro. A defesa de Bolsonaro terá a responsabilidade de sustentar argumentos capazes de afastar as acusações de tentativa de subversão da ordem democrática. Enquanto isso, a saúde do ex-presidente segue como fator central, tanto no andamento jurídico quanto na arena política.
