Quando abordamos a temática da depressão, é comum que algumas concepções surjam em nossa mente. Comumente associamos a depressão a indisposição, melancolia, tristeza, e assim por diante. Entretanto, é importante destacar que nem sempre os sintomas se limitam a esses aspectos.
Por exemplo, um sintoma frequente em adolescentes que enfrentam a depressão é a explosividade, que pode se manifestar através de agressividade e impaciência. Por conta disso, muitas vezes o problema não é sequer considerado como depressão.
Na realidade, a depressão é uma condição complexa que pode se apresentar de maneiras diversas. Muitas vezes, as pessoas iniciam a investigação dos sintomas com outros profissionais da saúde, e somente após uma análise minuciosa são encaminhadas a psiquiatras e psicólogos.
Levando tudo isso em consideração, é fundamental compreender que a depressão pode exibir uma variedade de sintomas. A seguir, mencionarei alguns deles, sendo de grande importância saber reconhecê-los.
Aumento da produtividade
Como mencionado anteriormente, a depressão é frequentemente associada a sentimentos de tristeza, apatia e melancolia. No entanto, em alguns casos, as pessoas com depressão apresentam uma elevação inesperada na produtividade. Isso pode funcionar como uma espécie de fuga da angústia, uma negação na qual a pessoa se envolve.
Excesso de sarcasmo
Quando alguém muda repentinamente sua personalidade e se torna uma pessoa ríspida, isso pode ser um indício de que algo não está bem. À medida que a depressão começa a se manifestar, a pessoa pode tentar, mesmo que de forma inconsciente, afastar as pessoas ao seu redor. O uso excessivo de sarcasmo, cinismo e outras formas de abuso verbal podem ser sinais desse processo.
Sensibilidade e vulnerabilidade às críticas
Ao mesmo tempo, uma pessoa que está desenvolvendo depressão pode não reagir de maneira explosiva ou sarcástica, mas lidar com as situações de forma completamente diferente, demonstrando uma maior vulnerabilidade ao que está acontecendo. Críticas que antes eram bem recebidas podem se tornar verdadeiras bombas emocionais. Frequentemente, essa reatividade intensa ocorre devido à falta de estabilidade emocional para lidar com as críticas, resultando em crises de choro ou outras reações intensas.
Diminuição da atividade ou interesse sexual
A depressão se manifesta justamente como uma desconexão entre o indivíduo e tudo que o cerca. Essa falta de conexão afeta os relacionamentos e, consequentemente, pode gerar outros sinais. Um desses sinais pode ser a diminuição ou perda de libido, interesse ou atividade sexual.
Maconha pode causar depressão em adolescentes?
Embora seja desafiador determinar exatamente quando a adolescência chega ao fim, é indubitável que esse período é marcado por diversas mudanças biológicas, incluindo alterações no cérebro.
Essas mudanças tornam ainda mais complexa a compreensão dos efeitos da maconha na mente dos adolescentes.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, o cérebro continua em desenvolvimento até meados dos 20 anos. Durante essa fase, ocorre um significativo crescimento e ajuste em áreas cerebrais relacionadas ao processamento emocional, enfrentamento do estresse, busca por recompensas e motivação, tomada de decisões, pensamento antes de agir, controle de impulsos e raciocínio. Além disso, há um aumento na massa branca e uma diminuição na massa cinzenta durante a adolescência, permitindo que diferentes regiões cerebrais se comuniquem de maneira mais eficiente e rápida.
A adolescência é um momento complexo para os jovens. Além das mudanças drásticas em seus corpos, eles também enfrentam questões relacionadas à identidade, pressões sociais, expectativas acadêmicas e dinâmicas familiares.
Todas essas transformações e pressões podem tornar os adolescentes mais suscetíveis a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, e podem levá-los a recorrer ao uso de substâncias como a maconha para lidar com essas questões, de acordo com a Administração de Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias dos EUA. No entanto, o uso de maconha também pode agravar as condições de saúde mental a longo prazo.
Considerando que o cérebro está em pleno desenvolvimento nessa fase, ele se torna particularmente vulnerável a substâncias como álcool, tabaco, maconha e outras drogas. A Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente afirma que essas substâncias têm o potencial de alterar ou atrasar alguns dos processos de desenvolvimento típicos da adolescência.
No caso específico da cannabis, existem evidências de que ela causa modificações no cérebro dos adolescentes.
