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Despedida de Sther é marcado por muita comoção; mãe da jovem precisou ser amparada

Despedida comovente no Rio expõe dor e clamor por justiça

Familiares e amigos de Sther Barroso dos Santos se reuniram nesta quarta-feira (13) no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio, para prestar as últimas homenagens à jovem. Em clima de profunda comoção, o velório foi marcado por gestos de carinho: camisetas com o rosto de Sther, flores e manifestações de saudade deixaram claro o impacto de sua morte precoce. “Ela era cheia de vida, sonhava alto”, disse um amigo de infância. O caso ganhou repercussão e reforça o apelo por respostas concretas da Justiça.

Mudança de bairro foi tentativa de recomeço

Sther havia se mudado recentemente da comunidade do Muquiço para a Vila Aliança, também na Zona Oeste, em busca de tranquilidade. A decisão, segundo familiares, foi motivada pelo desejo de se afastar de um relacionamento anterior que preocupava a família. Apesar do esforço por uma nova rotina, a jovem foi encontrada morta após comparecer a um baile funk na comunidade da Coreia. O episódio reacendeu debates sobre a vulnerabilidade de jovens mulheres em territórios conflagrados.

Suspeito identificado já é alvo da Justiça

As investigações apontam um nome recorrente nos registros policiais como principal suspeito pelo crime. Com diversos mandados de prisão em aberto, ele atua em áreas sob domínio de uma facção criminosa, o que, segundo especialistas, dificulta a captura e alimenta a sensação de impunidade. Mesmo com a identificação, o suspeito permanece foragido, e o caso evidencia a fragilidade das estruturas de segurança pública no combate ao crime organizado nas periferias cariocas.

Mãe clama por justiça e teme esquecimento

Durante o sepultamento, a mãe de Sther fez um apelo emocionado para que o caso não seja mais um entre tantos esquecidos. “Minha filha tinha sonhos, ela não pode virar estatística”, declarou. A irmã da vítima usou as redes sociais para publicar mensagens tocantes, relembrando momentos juntas e pedindo por justiça. O laudo do Instituto Médico-Legal confirmou múltiplos traumas, incluindo lesões cerebrais severas, o que reforça a brutalidade do crime.

Mulheres em risco seguem invisíveis nas estatísticas

O assassinato de Sther escancara uma realidade alarmante: mulheres jovens seguem expostas a riscos extremos em regiões de alta vulnerabilidade. Organizações da sociedade civil alertam que casos como esse se repetem com frequência, sem respostas eficazes por parte do Estado. “Faltam políticas públicas específicas para proteger essas mulheres antes que seja tarde”, afirma a socióloga Flávia Souza, especialista em violência de gênero e periferias urbanas.

Tragédia que exige respostas e mudanças estruturais

Mais do que um caso isolado, a morte de Sther é reflexo de falhas estruturais na segurança, na prevenção à violência de gênero e na atuação do Estado em comunidades dominadas por facções. A cobrança por justiça é legítima, mas precisa vir acompanhada de ações concretas. A história da jovem, marcada por sonhos interrompidos, se junta a outras tantas que clamam não apenas por punição, mas por transformação.