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Em entrevista, Antônio Fagundes não se cala e detona Bolsonaro: “Eleito para destruir a tolerância”

Ator relaciona caso ao “paradoxo da tolerância”

Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ator Antônio Fagundes fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O artista afirmou acreditar que Bolsonaro tentou, de fato, agir contra a democracia e recorreu ao conceito do filósofo Karl Popper para explicar sua visão: “Você é tão tolerante que permite que alguém seja eleito para destruir a tolerância”.

“Golpe foi premeditado”, afirma Fagundes

Fagundes relembrou as eleições de 2018 e destacou que, desde aquela época, já percebia sinais de que Bolsonaro preparava um golpe. “Ele já preparou lá atrás um golpe. E foi ele que disse. Não foi inteligência artificial, não foi ninguém. Foi ele”, declarou. Para o ator, a postura autoritária do ex-presidente estava evidente antes mesmo de assumir o Planalto.

Críticas aos seguidores do ex-presidente

Além de Bolsonaro, Fagundes mirou seus apoiadores mais fiéis. Segundo ele, muitos não escutam argumentos racionais nem mesmo as próprias declarações do ex-presidente. “O que quer dizer isso? Quer dizer que ele pode falar o que quiser, que eu não estou ouvindo. Estou seguindo palavras de ordem”, criticou. Para o ator, essa idolatria cega é prejudicial à democracia.

Liberdade de pensamento em risco

Na avaliação de Fagundes, a adesão acrítica a discursos autoritários ameaça a liberdade de pensamento e a pluralidade de ideias. Ele considera que a passividade de aceitar sem questionar mina a capacidade de reflexão crítica, enfraquecendo o debate público e a construção democrática.

Polarização preocupa o artista

O ator também comentou sobre a polarização política atual. Para ele, as discussões se reduziram a slogans e palavras de ordem, deixando de lado a reflexão mais profunda sobre o país. Esse ambiente, segundo Fagundes, é reflexo de uma “cultura política doentia” que corrói o diálogo e a tolerância.

Alerta contra retrocessos democráticos

Ao final, Fagundes reforçou que o Brasil, por sua história de ditadura e redemocratização, não pode ignorar sinais de enfraquecimento da liberdade. Para ele, não se trata apenas de disputa política, mas da preservação de um país plural e democrático. Sua fala foi interpretada como um alerta contra os riscos da radicalização e da intolerância que ainda marcam a cena nacional.