Bebê tem as duas pernas fraturadas e é hospitalizado; pais foram presos
Um bebê com menos de dois meses de idade foi diagnosticado com uma fratura na clavícula, porém, há indícios de que as lesões não tenham sido causadas pelo acidente com o carrinho, como afirmado pela mãe. Os resultados do raio-x revelaram que as fraturas são inconsistentes com a versão relatada, sugerindo que tenham sido provocadas por golpes de considerável impacto e força. Diante dessa situação, as autoridades da Polícia Civil estão conduzindo uma investigação a respeito do caso.
Durante uma entrevista concedida ao site Sputnik, o tenente Marcos, membro da Polícia Militar, declarou que a mãe afirmou, ao chegar ao hospital, que as lesões da criança eram resultado de um acidente com um carrinho ocorrido na última sexta-feira no dia 19. De acordo com a mãe, o carrinho teria desengatado espontaneamente e comprimido as pernas da filha.
Entretanto, os médicos expressaram suspeitas em relação à narrativa, uma vez que o bebê apresentava lesões adicionais além da fratura nas pernas, tais como escoriações faciais. Adicionalmente, uma radiografia revelou que tais lesões não se alinhavam com o relato fornecido pela mãe, indicando que foram causadas por traumas intensos e violentos.
Após ser abordada pela Polícia Militar, a mulher modificou sua declaração e alegou que a criança estava com o pai quando começou a chorar, sendo incapaz de relatar o que ele fez com ela. Segundo investigações da TV Integração, o pai do bebê foi preso sob suspeita de maus-tratos, enquanto a mãe foi detida por omissão de socorro.
Devido à seriedade das lesões, o bebê teve que ser transferido para o Hospital Regional Antônio Dias, localizado em Patos de Minas. A instituição informou que o pequeno continuava hospitalizado até a noite desta segunda-feira.
A mãe da bebê conta a verdade
A mãe da criança relatou às autoridades policiais que o bebe teve uma crise de cólicas que o levou a chorar. Conforme seu depoimento, seu parceiro mostrou-se extremamente exaltado, agredindo a criança e lançando-a repetidamente ao solo.
“Diante disso, a mãe queria chamar a polícia, mas o pai ameaçou a mãe e disse que , se chamasse a polícia, mataria ela também”, disse Danniel Pedro.
Após cometer violência contra a criança, ele reteve a mãe e a filha na residência da família ao longo de todo o fim de semana, somente saindo para trabalhar na manhã de segunda-feira (22). Foi nesse momento que a mulher conseguiu levar a criança ao hospital.
“Os médicos constataram fraturas em ambas as pernas, que estavam em estado crítico, quase exigindo amputação. Adicionalmente, foram observados ferimentos no rosto, no nariz, bem como lesões na região cervical e dificuldade de movimentação do pescoço”, complementou.
O delegado divulgou que o casal possui diversos registros de casos de violência doméstica e que a mulher se sentia amedrontada pelo homem. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) irá acusar o homem de acordo com a Lei Maria da Penha.
“Ele foi indiciado por ameaça e violência doméstica contra a mãe, e tentativa de homicídio qualificado por motivos cruéis, sendo que a pena pode ultrapassar 10 anos de prisão. Ambos também vão responder pelo crime de maus-tratos qualificados por lesões graves e por se tratar de pessoas com menos de 14 anos”, afirmou o delegado.