Entenda como cães de Jeff Machado foram fundamentais para a localização do corpo do ator
Dois fatores foram cruciais no processo de resolução do desaparecimento e morte do ator Jeff Machado, de 44 anos: seus cães e a ONG Indefesos.
A investigação teve início quando a Indefesos localizou os animais abandonados, por meio de chips, em três bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro. O objetivo inicial da ONG era identificar os tutores dos animais e responsabilizá-los. No entanto, essa descoberta também forneceu pistas importantes indicando que Jeff poderia estar enfrentando algum problema, uma vez que seria improvável que ele abandonasse seus 8 cães da raça Setter.
Foi com o setter Cazuza que a saga de resgate dos animais teve início, cada um deles batizado com o nome de um ídolo da música popular brasileira. Em 30 de janeiro, esse cão foi descoberto abandonado nas ruas do bairro de Santa Cruz, localizado na Zona Oeste da cidade.
Uma moradora, ao se deparar com a condição exausta do animal, decidiu contatar a ONG responsável pelo resgate. Ela ofereceu-se para cuidar dele até o dia seguinte, quando um representante da organização Indefesos poderia recolhê-lo.
Anteriormente, Jeff não havia sido relatado como desaparecido e, aparentemente, estava em contato com sua família por meio de mensagens de texto pelo WhatsApp. No entanto, posteriormente foi descoberto que alguém estava se fazendo passar por ele.
Em 31 de janeiro, não era apenas um, mas dois cachorros que haviam sido encontrados em circunstâncias semelhantes. Vinícius de Moraes também foi encontrado em condições semelhantes às de Cazuza, em Santa Cruz.
No dia 1º de fevereiro, durante a busca por Nando Reis e Tim Maia, surgiram suspeitas sobre a possível “abandono” de cães setters em Santa Cruz. Uma integrante da organização não governamental (ONG) divulgou em sua página que essa raça é menos comum no Brasil e que os criadores geralmente utilizam dispositivos de identificação, como chips, em seus animais.
Essa informação levou à descoberta do proprietário dos quatro cães: todos eles pertenciam ao ator Jeff Machado. As autoridades começaram a procurá-lo para que ele pudesse resgatar os animais ou ser responsabilizado pelo abandono.
Um indivíduo entrou em comunicação com uma organização não governamental (ONG), fazendo-se passar por tutor, ao alegar que estava em viagem e havia confiado seus animais a uma amiga, mas estes haviam escapado.
Durante esse período, a ONG realizou uma investigação nas redes sociais do indivíduo e constatou que ele, na realidade, possuía oito cães dessa raça. Esse fato deu início a uma operação de resgate empreendida pela ONG, com o intuito de localizar os três animais que estavam desaparecidos.
Em 3 de fevereiro, ocorreu o resgate dos animais de estimação Elis Regina em Paciência, na Zona Oeste, e Rita Lee, infelizmente sem vida devido a um trágico atropelamento no mesmo bairro.
No dia seguinte, em 4 de fevereiro, foi possível localizar Caetano Veloso em Campo Grande, também situado no referido bairro, porém, o animal estava severamente ferido. Infelizmente, Gilberto Gil nunca foi localizado.
ONG alertou à família
O encontro dos cães abandonados nos bairros da Zona Oeste foi crucial para a família dissipar uma dúvida persistente: a de que a pessoa com quem eles estavam conversando no WhatsApp não era, de fato, Jeff.
Maria das Dores, mãe do ator, já suspeitava do estilo de expressão utilizado pela pessoa, mas não tinha meios para comprovar que não se tratava de seu filho e que ele estava realmente desaparecido. O abandono dos cães desempenhou um papel crucial ao fornecer à polícia uma pista para encontrar Jeff, considerando o dia 28 de janeiro como a data do seu desaparecimento.
Além disso, a ocorrência de cães sendo abandonados na Zona Oeste também indicou uma possível direção para o paradeiro de Jeff.
Jefferson Machado da Costa foi encontrado em uma triste descoberta: ele estava oculto dentro de um baú de madeira, enterrado em um terreno localizado na Rua Itueira, na região de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O baú foi cuidadosamente concretado a uma profundidade de dois metros. A confirmação da identidade de Jeff só foi possível graças à análise das impressões digitais realizada pelo Instituto Médico Legal (IML).